Aprendi que a desconstrução dos afectos pode ser uma coisa positiva porque conseguimos percepcionar as coisas de uma forma completamente diferente. Não por destruição de valores mas por decomposição da percepção do outro.
E nos afectos refiro-me tanto a amizades como amores.
Estamos "presos" a uma quantidade de rótulos e convenções, frutos da nossa educação, e isso de alguma forma limita-nos a olhar mais longe, só porque "é assim que se faz" ou "o comportamento correcto é este".
A partir do momento em que nos damos ao trabalho de colocar na nossa "balança dos afectos" o que pesa mais, o bem ou o mal que percepcionamos, e o "bem" ganha, vale a pena o exercício de desconstrução dos afectos.
Esse exercício para ser justo, deve ser de nós para o outro e connosco, isto é, de nós para nós.
Não é uma decisão fácil porque a desconstrução é um exercício emocionalmente violento até chegarmos ao resultado final... mas quando se consegue chegar, a paz é inevitável.
Não é uma decisão fácil porque a desconstrução é um exercício emocionalmente violento até chegarmos ao resultado final... mas quando se consegue chegar, a paz é inevitável.
É claro que com a desconstrução, vem também a inevitável alteração de comportamentos, ou seja a expectativa é substituída pela surpresa da descoberta, e as regras convencionadas pela sociedade muitas vezes deixam de fazer sentido, o olhar e o sentir é diferente... é quase uma anarquia de comportamentos que não deve ser censurada, pois se os rótulos, as convenções, o fazer "o que é suposto", foi descontruído para se conseguir ver o que "olhos comuns" não vêm nem querem ver, a lógica é a descaracterização da regra.
São poucas as pessoas que valem o esforço, porque é um esforço violento o sucesso deste exercício, mas quando valem a pena, as sensações novas que nos trazem são um "abre olhos"... no entanto o melhor neste processo é a nossa desconstrução... passamos a olhar de uma forma diferente para nós, apercebemo-nos de características (qualidades e defeitos) que nos eram imperceptíveis e indiferentes.
Não é um processo de adquirir tolerância, mas sim de descobrir novas percepções e sobretudo de uma aprendizagem de inconformismo e uma abertura de mentalidade.
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