quinta-feira, março 29, 2018

2 Pesos e 2 Medidas

Digo muitas vezes que eu sou um contrassenso, isto porque sou capaz de ter opiniões, sensações e reações diferentes com um determinado assunto.
As asneiras. Eu digo asneiras, todas as que podem imaginar.
No entanto, só digo a pessoas que são intimas, e não me refiro só à intimidade sexual, refiro-me a amigos (amigas) chegados, digo num contexto de brincadeira, porque acho que a asneira dá ênfase à mensagem que pretendo passar ou então porque estou profundamente irritada com qualquer situação e a asneira é uma espécie de catarse, mas não digo com o objectivo de insulto à pessoa que me está a ouvir, a intenção é de passar mensagens como "Caramba ou não é justo", e digo precisamente porque é mais enfático e também porque estou à vontade com a pessoa que ouve as minhas asneiras.

Evito sempre falar com alguém que gosto quando estou muito irritada com ela, porque aí as asneiras saem, não consigo evitar, e volto a dizer, não é com o objectivo de insultar, é exactamente o que referi anteriormente, mas quem ouve tem toda a legitimidade de se sentir insultado, por isso quando estou muito irritada isolo-me.

Depois há a asneira que é dita durante o ato sexual, aqui não me vou alongar, só digo que sabe bem dizer e ouvir, e portanto para quem tem pruridos fica a minha recomendação de experimentarem, não neguem à partida uma ciência que desconhecem.

Há também a asneira que é dita (gritada) nas pessoas designadas como "o povo", e eu não digo isto de uma forma pejorativa ou snob. É uma classe social, como qualquer outra, só que esta é genuína e eu aprecio. Não tem máscaras nem pretensões, é o que é.
No bairro onde eu moro há cerca de 2 anos, existe uma mescla de géneros, a varina, o cocó, o intelectual, o turista (muitos) e eu.
De vez em quando há a chamada "peixarada", com todas as asneiras gritadas a alto e bom som, depois lá vamos nós (vizinhos) para a janela assistir ao que se passa como se de uma serenata se tratasse, e acaba sempre tudo bem.

Existe porém a asneira que me irrita, aquela que me tira do sério. A asneira que é dita em locais públicos, num autocarro ou num café, e irrita-me não é por mim, é porque nesses locais existem sempre senhoras com idade para serem minhas mães ou avós e que ficam obviamente com um ar muito incomodado, porque essa treta de "uma senhora não tem ouvidos" é mesmo uma treta. Uma senhora tem ouvidos, tem é a postura de se fazer de surda.
Já eu, que não tenho papas na língua, sobretudo se for uma coisa que vejo estar a penalizar alguém de uma forma incorrecta, não me calo e faço questão de mostrar que ouço muito bem, um dia destes levo porrada... até lá vou "disparando".

No café onde costumo ir, estava um homem com ar de mafioso, que falava alto e dizia as piores asneiras possíveis... ouvi a primeira... ouvi a segunda... à terceira não me calei, "O senhor tenha tento na língua e não diga asneiras, estão aqui senhoras ou é cego?"... naquele momento pensei "é hoje que levo um tiro ou uma facada"... mas já estava dito.
Bom o "senhor" além de ordinário acho que era burro e não sabia o que significa a expressão "tento na língua", facto que o "desarmou", e na falta de argumentação gritou para mim "Eu vou-me embora daqui, não estou para levar com esta gente!"... eu ainda lhe disse "Já devia ter ido seu ordinário!"
... as senhoras ficaram todas a olhar para mim com um ar de agradecimento... senti até que tinham vontade de aplaudir-me, parecia que fazia parte, como protagonista claro, de uma qualquer cena de um filme... mas não tive direito a aplauso, não foi desta.
Ficaram os sorrisos de agradecimento, e ficou o meu alivio de ter colocado mais uma pessoa no seu lugar.

Um dia destes levo porrada.

terça-feira, março 27, 2018

Mulheres

1ª NOTA: AVISO: ESTE TEXTO CONTÉM LINGUAGEM (EVENTUALMENTE) CHOCANTE E NÃO DEVE SER LIDO POR PESSOAS SENSÍVEIS.

2ª NOTA: A palavra puta para mim não tem o mesmo significado de prostituta, puta é uma mulher que aos olhos da sociedade tem um comportamento promíscuo, e prostituta é uma mulher que cobra dinheiro por sexo. Qualquer uma das designações para mim não é necessariamente pejorativa.

3ª NOTA: Esta reflexão é uma generalização, e como é direcionado às pessoas do mesmo sexo que eu, decidi escrever em forma de carta.

Há a Mulher e a mulher, e hoje dirijo-me a ti, mulher.

Tens todo o direito de ser puta, afinal de contas o desejo e a necessidade sexual não é um exclusivo do homem, lamentavelmente és puta sem nível, porque pode-se ser puta e ter nível.
Subvertes os papeis, e esqueces que a mulher pode e deve ser emancipada, mas isso não significa perder a postura. Ofereces-te sem pudor e de uma forma burra.
Fazes com que te faltem ao respeito e és tratada duma forma vulgar, só porque te desrespeitas, só porque és burra. E eu não tinha problema nenhum com isso, se não sofresse as consequências dos teus actos, mas sofro, porque aos olhos dos homens e por tua causa... porque tu és muitas.... porque tu proliferas de uma forma assustadora... aos olhos dos homens somos todas putas e tratadas como putas. Por isso eu condeno-te, porque te desrespeitas e desrespeitas a mim que sou Mulher, e que fique claro, também sei ser puta, só que se eu for, sou com classe, coisa que tu nunca saberás o que é.

Tens também o direito de ser interesseira, ou seja prostituta dissimulada.
Lamento por ti, afinal de contas Mulheres fantásticas lutaram pela nossa emancipação e tu reduzes-te a isso... para mim é o mesmo que dizeres "sou uma incompetente, não sei fazer nada e portanto preciso de um homem para me sustentar". É redutor para ti.
Nada tenho contra as prostitutas, mas as que não são dissimuladas, trocam sexo por dinheiro, sem enganos.
Tu não... tu seduzes, enganas e vendes-te... és falsa, e de ti eu tenho asco, desrespeitas-te e desrespeitas a mim que sou Mulher.
Por tua causa sou olhada como interesseira, e que fique claro interesseira é coisa que nunca fui nem nunca serei. A minha dignidade não tem preço, a minha história de vida assim o comprova.

Meteste na cabeça que tens que ter uma relação e procuras desmesuradamente, expões esse teu receio de estar ou ficar sozinha de uma forma ridícula... oferecida... quando a única coisa que devias querer era amar e ser amada.
E por tua causa eu Mulher não sou respeitada nem compreendida.

Depois és burra, inculta, fútil... e és só isso... e eu tenho vergonha de ti, vergonha alheia.
E a merda é que eu sou confundida contigo, e tratada como se fosse mulher puta, interesseira, burra, inculta fútil... e a merda é que é injusto porque eu sou Mulher ao contrário de ti.

Por isso eu estou zangada contigo mulher que tinhas a obrigação de ser Mulher.
Por isso eu sinto vergonha de ser Mulher.

Eu gosto e exigo cavalheirismo, e isso por tua causa é confundido com ser interesseira.
Eu gosto de sexo, e acredita que provavelmente sou muito mais competente que tu, mas nunca que me esqueço de "Na sala Sartre, na cama Sutra"... não é ao contrário.

Estou zangada contigo mulher e tenho uma profunda vergonha de ti.


Sensibilidade exacebarda



Isto de sentir uma ervilha debaixo de 20 colchões é uma chatice...magoa 

O meu poema dadaísta


Foi como libertação
pois apenas coragem quer viver
Não consigo estar feliz
fui segredo
chorei memórias
descobriu confiança
ficar sem pedalada
lamenta pessoa

como provocar alegria?

Nota: Dadaísmo - oposição a qualquer tipo de equilíbrio - combinação de pessimismo irónico e ingenuidade radical - cepticismo absoluto e improvisação.

domingo, março 25, 2018

O novo Jet 7 das redes sociais

Em primeiro lugar que fique claro, não são Jet 7... são apenas pessoas que aparecem em muitas fotografias e em muitos eventos e de preferência ao lado de uma pessoa conhecida (mas que não conhecem ou mal conhecem) e que faça parta do Jet 7 real.

Existe uma febre social de querer aparecer e pertencer este "grupo", quase como "apareço logo existo". E esta febre é altamente contagiosa pelo que constato.

Que fique claro também que eu não pertenço nem tenho a pretensão de pertencer ao Jet 7. Não porque despreze as pessoas que realmente fazem parte, refiro-me às verdadeiras de quem nutro admiração e amizade por algumas delas, é simplesmente porque não faz parte da minha natureza.

E agora inevitavelmente estão umas pessoas a pensar "olha esta que também vai a festas e aparece nas fotografias a dizer isto"... sim, vou. Gosto de ir de vez em quando, conheço muita gente e há muitos anos e não me sinto mal por isso, mas meus amores não me faço à fotografia nem peço para ser fotografada, simplesmente já ando nestas "vidas" há muitos anos, conheço muita gente e inevitavelmente sou reconhecida.
Mas gosto de ir a um evento, como gosto de tantas outras coisas.

O Facebook não é a "Caras" ou qualquer outra revista do género, metam isso na vossa cabeça.

Tenham também a noção que são gozados, sim dão-vos "palmadinhas nas costas" porque dá jeito o dinheiro que gastam para irem às "festas", mas nas vossas costas são falados... gozados.

E como sou generosa ficam umas dicas para pelo menos disfarçarem um bocadinho o que tentam esconder (estupidamente) a vossa "falta de berço" :

Uma senhora não fala alto, não se levanta para cumprimentar um cavalheiro, tem cuidado com o dress code (que não precisa de vir no convite), o overdressed é deselegante, quando se sobe umas escadas o homem vai à frente... mais dicas só se me pagarem.

Sou fraca ou coerente...

Tenho a sorte de viver num país onde existe liberdade.... mas a liberdade quer seja da forma como escolhemos comportarmo-nos ou a simples liberdade de expressão tem um custo.
Quando digo que tem um custo refiro-me às consequências que inevitavelmente acontecem.
A liberdade é uma escolha. Dos fortes? Dos inconsequentes?... não sei... às vezes (muitas vezes) acho que é dos fortes e outras tantas (talvez para me desculpar) acho que é dos inconsequentes...

Porque sou mãe, mulher e sensível, contenho a minha liberdade, preocupo-me demasiado com as consequências, e essa escolha faz-me sentir aprisionada.

Sou uma incoerente, passo a vida a dizer "não tenho papas na língua"... e sendo honesta comigo, tenho.... embora menos que a maioria das pessoas mas tenho.

Ser mãe mudou em mim alguns hábitos que tinha, por exemplo, a partir do momento em que a minha filha começou a entrar na adolescência deixei de fazer nudismo e topless com receio que algum amigo ou pais de amigos dela me vissem.

Ser mulher faz com que eu contenha a minha escrita. Não o fiz durante algum tempo e sofri consequências que não gostei.
Falo sobre sexo despudoramente (quem me conhece sabe), sexo é uma coisa natural... escrevi durante algum (bastante) tempo sobre o tema. Como sou mulher e também não sou nenhuma personagem conhecida, fui muitas vezes mal interpretada. Os meus textos eram opiniões no entanto foram entendidos como "convites", bocas ou rótulos de disponibilidade para o engate. Não gostei e acabei com esse registo, continuo a escrever sobre o tema mas só para mim.

Pergunto-me todos os dias se sou coerente ou uma mariquinhas que se rendeu a esta sociedade falsamente puritana só porque é mais fácil.

Amor, Paixão e Tesão

Amor é estar e querer estar em qualquer circunstância por pior que seja, na pobreza, na doença e na ausência. 

O amor é nobre, porque se dá pelo simples prazer de fazer feliz.
O amor não tem interesses nem ambições que não passem pelo simples facto de amar e ser amado.
O amor pode causar sofrimento... pela impotência de não conseguirmos ajudar ou simplesmente por não sermos correspondidos.
O amor é raro.
O amor é inevitável quando é por um filho, uma mãe, um amigo... sente-se e não se explica. O amor pode ser platónico ou pode ser carnal.
O amor é puro. O amor é monogâmico.

Paixão é um estado violento de perturbação, perde-se muitas vezes a capacidade de raciocinar... pode ser fantástico porque conseguimos o êxtase em detalhes...e o êxtase pode ser enebriante... a paixão pode transformar-se em amor ou não... o amor pode ter paixão... a paixão pode não ter amor.
A paixão sem amor não é necessariamente monogâmica.

Tesão é um desejo ardente. A tesão pode ser fugaz não sendo por isso sinónimo de uma coisa má, apenas efémera. A tesão está presente na paixão mas a tesão pode não ter paixão.
Tesão sem paixão é ou torna-se rapidamente poligâmica, o que não é pejorativo é uma reação normal do ser humano nos seus instintos naturais enquanto procriadores, embora o raciocínio primário seja de associar este comportamento ou o assumir a intenção como algo promíscuo, tudo porque se teima no falso moralismo fruto da nossa cultura de rótulos e de necessidade de fazer parte do rebanho, não sendo a ovelha negra... nem que para isso se cubra de tinta branca... uma tinta que tantas vezes é mal aplicada e não consegue disfarçar a verdadeira natureza.

Não aplaudo a monogamia nem censuro a poligamia.
Não censuro a tesão sem paixão, ou a paixão sem amor.
Admiro o amor e sobretudo a capacidade de amar.
Admiro o amor com paixão.
Admiro a tesão do amor com paixão... e a consequente e inevitável monogamia não imposta, simplesmente porque é inevitável.

sábado, março 24, 2018

O Homem

Constato não só pelas publicações que leio, mas também pelo que vejo e vivencio ou vivenciei, que existe uma generalização e consequentemente banalização sobre a opinião do homem acerca da mulher e vice versa.

Hoje apetece-me falar sobre a "visão" que o Homem tem da Mulher.
Para o homem que opina de uma forma pejorativa, a mulher é:
*Interesseira
*Puta
*Fútil
*Desinteressante
etc.

Deduzo que as opiniões sejam baseadas nas experiências que vivenciaram ou por inaptidão na conquista, que pode ser porque acham que não preenchem os requisitos que elas pretendem ou simplesmente pelo receio da nega, "fruto" de falta de auto estima.

Sim, é verdade. Existem mulheres putas, interesseiras, fúteis, desinteressantes etc. E sim também é verdade que a maioria não tem "essência".
O que também é verdade é que essas características são normalmente fáceis de perceber, o que torna estúpido, frivolo ou masoquista o homem que cai e permanece nessas "ratoeiras".
Mas quem já não foi estúpido ou estúpida que atire a primeira pedra.
Não crítico a estupidez de cair na "ratoeira", o que eu crítico é que isso molde a forma de tratar ou destratar a mulher, por uma simples razão, também existem, em menor número é um facto, mas existem, as mulheres que valem a pena e essas é que sofrem as consequências o que é profundamente injusto.
São olhadas e tratadas, embora na maioria das vezes de uma forma dissimulada, o que demonstra uma enorme falta de carácter da parte dos homens que o fazem, como se nada valessem.
É de uma profunda ignorância partir do princípio que é tudo "farinha do mesmo saco", é de uma profunda falta de carácter ignorar as consequências do destrato na vida de uma mulher que tem "essência".
A verdade é que os homens esqueceram-se da arte da sedução e a consequente valorização da mulher. Em relação a isso tenho várias teorias.

* não entendem que a luta da igualdade diz respeito ao contexto político e trabalhista, é só isso, os mesmos direitos. Continuamos porém a ser diferentes, a mulher é sensível e complexa. A mulher gosta de mimo e atenção. A mulher aprecia o cavalheirismo. 

* não entendem que todas as pessoas cometem erros e que são eles que nos fazem aprender e crescer, não cometendo os mesmos erros. Não vale a pena lamentar... não acrescenta, o que vale mesmo a pena é adquirir uma melhor percepção do que existe não cometendo o erro ou a estupidez de cair nas mesmas "ratoeiras".
Depois também acho que vivemos numa sociedade tão facilitista (e agora estou a referir-me às mulheres), que os jogos ou o destrato gratuito é desnecessário.

Passo a explicar, se o que o homem pretende é uma puta (eu não ajuizo, cada um sabe o que quer), então procure a puta e trate-a como puta, ela não se importa. 
Se o que procura é deslumbre do aparente e somente belo, e não se importa que ela seja interesseira, o que importa mesmo é um corpinho jeitoso e uma carinha "laroca", e claro a aptidão de uma conjugação de frases que não envergonhe, obviamente que tem que saber que tem que satisfazer os seus "interesses", mas tem também a legitimidade de a tratar como interesseira... e não se lamentaram porque é o que conseguiram, pois se a sedução foi feita na base da exposição despudorada do dinheiro ou poder que têm, é um insulto à vossa (homens) inteligência queixarem-se, colheram o que semearam.
Lembrem-se que ainda existem mulheres que ficam felizes e quererem fazer feliz com uma coisa tão simples.. amarem e serem amadas, e essas adoram o homem que oferece uma flor arrancada num jardim em vez de uma jóia, adoram um passeio de mão dada na praia em vez de um jantar numa festa badalada, desejam-vos sexualmente porque a vossa inteligência pode ser inebriante e não porque têm só um corpo fabuloso.
O que eu quero dizer é que existe diversidade na escolha, o que têm (devem) é que saber o que querem, e proceder à altura. 

O marisco come-se à mão.
O peixe e a carne têm talheres distintos.
A água, o vinho branco ou tinto têm copos distintos.
Existe o bom restaurante e a tasca, e toda a escolha é legítima, o que se deve é saber comportar à altura de qualquer situação, caso contrário fazem figura de burros e deselegantes.
Hoje falei sobre os comportamentos e a generalização de juizos de valor sobre as mulheres que eu acho errado no homem, nos próximos dias farei o mesmo exercicio sobre o sexo oposto.

sexta-feira, março 23, 2018

Conversas com o meu alter ego

- O que queres?
- Salvar-me de mim...
-!! Como assim?
-Se somos o resultado das nossas escolhas, quero saber escolher... sem medos como sempre fiz, mas com coerência que é uma característica pouco presente em mim... isto é, quero salvar-me de mim...


-Queremos todos... não é?
-Não achas que tens confundido a coerência com medo?
-Porque dizes isso??!! Sempre fui destemida !!
-Tens estado parada em alguns aspectos da tua vida... utilizas sempre desculpas (para ti), "é pouco próprio... já não tenho 20 anos... já fiz tantas asneiras... sou mãe..."
- É verdade... acho que tenho vivido com medo...


-Estás coxa?
-Pois sim, perdi o medo seguindo a tua sugestão, atirei-me de pára-quedas e magoei-me...
-Ok mas quando saltaste foi bom?
-Sim foi fantástico!!!
-Então valeu a pena... isso passa depressa, não ficaste paralítica!!!


-Mas afinal o que pretendes?
-Sei lá! Sentir... sentir-me...
-Ok Ok Eu sei que disse-te para não confundires a coerência com o medo... mas...
-Não te preocupes... sei que vou cair mais vezes e que ficarei com alguns arranhões mas faz parte... eu aceito isso...
-O pior é se ficas com lesões graves e irrecuperáveis... agora sou eu que tenho medo por ti...
-Queres baralhar-me?! Estou pronta para o que vier...não te preocupes

terça-feira, março 20, 2018

E de repente a paz chega e instala-se na alma...

E de repente a paz chega e instala-se na alma... a alma que aprendeu a amar-se lembrou-se de si... e ela é tão pura.... pura porque é genuína.
... e ela já não se preocupa... 
... preocupar é pré ocupar e ela não quer o pré nem o pós, só o presente lhe interessa... 
... ela não quer ocupar... ocupar é estorvar... ela só quer estar.

E de repente a paz chega e instala-se na alma... a alma que aprendeu que a dor não é bem vinda... ela não quer magoar... e já não permite que a magoem.
... ela conhece a dor....e ela só quer amor... 
... só ela sabe que o amor é a sua essência... ama a vida, as pessoas e ama-se... 
... no amor não existe lugar para a dor... não para ela... 

E de repente a paz chega e instala-se na alma... a alma que aprendeu que ela merece receber... 
... merece receber porque ama dar e sabe o que é dar...

E de repente a paz chega e instala-se na alma... e é tão bom sentir a paz... e ela merece a paz.

segunda-feira, março 19, 2018

Pai

Hoje prestei-te uma homenagem... não pelo que conheci de ti enquanto eras vivo, mas pelo que soube de ti depois...

Tenho pena de não te ter conhecido com maturidade suficiente para ver as tuas qualidades, só depois soube que as tinhas e eram muitas. Eras um homem bom, inteligente e apaixonado...

Para mim foste um pai ausente, muito ausente e com muitos defeitos.

Quando estavas demonstravas o teu enorme amor por mim, eu era a tua princesa... mas quase nunca estiveste... por isso eu nunca chorei com saudades tuas, pois na verdade não tenho saudades tuas, tenho só pena de não ter conhecido as tuas qualidades enquanto vivias.

Vou sentir sempre amor por ti, mas saudades não... as consequências da tua ausência na minha infância existem e isso eu não consigo desculpar... mas vou amar-te sempre.

domingo, março 18, 2018

Sou 8 ou 80

Pragmatismo absoluto ou sensibilidade exacerbada.
Por muito que me esforce não consigo o meio termo... e é tão cansativo ser assim.

A sensibilidade exacerbada tem um preço elevado... a alegria é inebriante e a tristeza é uma dor alucinante. Todos os sentidos são levados ao extremo... na alegria e na tristeza.

Sim, a alegria é vivenciada com a capacidade de todos os sentidos... o êxtase de ver um quadro magnífico ou ler um determinado um poema que provoca lágrimas ou sorrisos, a alegria de ser presenteada com uma atitude... sentir o cheiro da terra molhada, do mar ou de um perfume... ouvir uma música que "toca" na alma ou aquela palavra que precisamos... sentir a textura de uma pele, de um tecido ou até mesmo de uma parede... saborear "aquele" beijo ou um doce que adoramos... tudo isto é fabuloso quando se tem a capacidade de sentir na plenitude.

Depois existe o "reverso da medalha"... a ausência de tudo isto, por tantas razões... cansaço, intolerância, descrença, e tantas outras coisas que provocam esta sensação de inaptidão... que por sua vez provoca uma dor dilacerante, uma dor que retira a força e a capacidade de discernimento. É quase uma auto mutilação, e é estúpido porque uma dor que é provocada por inaptidão é a prova suprema da incompetência que já se tem a obrigação de não se ter.

Por tudo isto é muito mais fácil viver no 8... não se perde o foco, e não há dor, o pragmatismo comanda e o amor próprio obviamente impera. Não significa que nos tornemos más pessoas, apenas práticas.

Gostava de ser o meio termo mas não consigo.


domingo, março 04, 2018

Sou um ser em constante mutação

Porque sou um ser em constante evolução/mutação, apercebo-me que com o decorrer do tempo vou abordando certas temáricas (que para mim são importantes) de uma forma diferente... o amor, as "promessas" e as palavras são um bom exemplo disso.

Em Outubro de 2014, obviamente num processo de dor, escrevi isto:

 "Leviandade, ligeireza versus Ponderação, Consciência

 A leviandade e a ligeireza deram cabo de mim…o que não mata fortalece… o que não mata fortalece…
Nos dias que correm, algumas (muitas) pessoas, encaram com leviandade e ligeireza experiencias de vida como a maternidade, o casamento ou até mesmo o amor.
Amo-te…Hoje em dia, dizem-nos ”amo-te” como quem diz “bom dia” … Amo-te… Amar, o verbo mais forte do nosso vocabulário e no entanto é dito com tanta leviandade, que se torna vulgar e ligeiro como o pó …Amo-te…podia jurar que a minha alma espirra como que se tivesse alergia a esse “pó” … amo-te … será que o problema está em mim que teimo em não perceber a ligeireza do sentimento…amo-te…serei eu uma tonta porque quero continuar a acreditar que é o verbo mais forte, ou serei das poucas pessoas lúcidas que restam….amo-te…
Sexo essa palavra que faz corar os cínicos…sexo é uma das coisas que pode ser encarada com ligeireza…sexo é uma experiencia que pode ser vivida apenas porque apetece…sexo… elas coram e dizem com um ar envergonhado “sexo sem amor …não!” …sexo …eles sorriem com um ar malicioso e dizem “sexo é bom!” …sexo…elas fazem tanta vezes sem amor …sexo …eles querem…tentam mas já não conseguem…falta de amor? … sexo…elas fazem tantas vezes por amor…sexo…porque não apenas isso? Sexo …
Maternidade (ou paternidade) é a responsabilidade suprema, por esse motivo sempre fui muito ponderada…por esse motivo não tive mais filhos…escolhe-se ser mãe…não se escolhe ser filho de… A leviandade e a ligeireza deram cabo de mim…o que não mata fortalece…o que não mata fortalece…passo a vida a repetir este mantra …o que não mata fortalece… mas entre a “quase morte da minha alma” e a “alma fortalecida” , está uma alma com dor…e dói tanto que a alma misturou-se com o corpo …o corpo sofreu…sofreu até gritar “socorro” …hospital…agulhas…dor …e afinal de contas era só a dor desta mistura impossível …ah como eu gostava de ser ligeira...o que não mata fortalece.
Casamento… sortudos são aqueles que casam “na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte nos separe” …sortudos… ou então personagens de um qualquer conto de encantar que eu teimo em acreditar….
A leviandade e a ligeireza deram cabo de mim…o que não mata fortalece… o que não mata fortalece…"

Em 2018 já numa fase"eu sou muito iluminada" (tom irónico), escrevi "Contam-se pelos dedos de uma mão..."

Hoje eu acredito que provavelmente estou errada, hoje eu acho que sou emocionalmente arrogante, as palavras e a forma como se sentem as coisas não têm que ter a intensidade que eu acredito, podem ser verdades nas realidades de outras pessoas, que sentem de outra maneira, vivem de outra maneira e amam de outra maneira. Fica a minha curiosidade... qual será o meu ponto de vista sobre esta temática em 2019...