Não gosto de fraqueza... de "cruzares de braços"... de derrotistas.
Não gosto de frases como:
... Isso não é a minha praia
... Não consigo
... Eu só gosto de...
Acredito ser uma pessoa em crescimento e constantemente mutação, e isso só é possível se não colocar determinadas barreiras na minha aprendizagem, é claro que existem sempre limites para essas barreiras, e esses têm só a ver com valores ou bom senso.
Naturalmente que todos temos uma zona de conforto e por consequência outra de desconforto... muitas vezes o desconforto é o desconhecido que simplesmente por ser desconhecido provoca "medos"... de fracasso, desconforto ou qualquer outra má sensação.
A verdade é que sem se experimentar (repito, com as barreiras de bom senso e valores, entenda-se carácter) vivemos na apatia do desconhecimento.
Lembrei-me disto porque curiosamente esta sexta feira, jantava com a minha filha e no meio de conversas fantásticas, não me lembro porquê, ela disse "não consigo"... olhou para mim em fracões de segundos e corrigiu "não... já sei mãe, enganei-me, obviamente que só sei se experimentar, não consigo não é expressão aceitável", e disse isto com um sorriso.
Claro que ao longo da vida, e no exercício do "eu consigo", só porque não sou derrotista, experimentei coisas que não gostei, mas experimentei.
Caracóis
Moelas
Rapel
Montanha Russa
Slide
Etc etc
Nada disto vai contra os meus valores e comprovei que "consigo".
Nas zonas de conforto existem coisas e ambientes que gosto mais... sim
existem.
Prefiro um passeio no campo descalça na relva do que uma festa super badalada... prefiro, mas não significa que também não aprecie imenso a festa.
Prefiro havaianas a saltos altos...mas gosto imenso de me ver com saltos altos.
Adoro um restaurante fantástico com Estrelas Michelin mas também tenho um prazer supremo em comer sardinhas à mão numa feira.
Sou arrogante, intolerante e intransigente
Sou... e exerço tudo isso com quem eu mais amo.
Não tenho tolerância com aquilo que eu considero "frescuras"... quem melhor me conhece sabe a minha história de vida e caramba se eu consegui sempre ultrapassar tudo... e quem me conhece sabe que o "tudo" é muito... mas muito mesmo, por isso eu não consigo ter tolerância para fraquezas... eu sei que isto é de uma enorme arrogância, pois estou a espelhar nos outros a minha capacidade de lutar... eu sei, mas não consigo compreender porque é que eu me levanto não me rendo e têm sido tantas "batalhas"... tantas e desde sempre... se eu consigo porque é que outros não conseguem?....
Eu sei que é arrogância minha... por um lado... mas ao mesmo tempo considero que o que realmente não tenho é paciência para "frescuras".
Sou arrogante, intolerante e intransigente com quem eu mais amo...
Preocupo-me e tento sempre ajudar... sou proactiva... mas se vejo fraqueza e cruzar de braços não tolero... se eu consegui superar coisas muito piores porque raio é que outras pessoas não conseguem?
É arrogância minha eu sei... só que eu sinto-me insultada com determinadas fraquezas...
Se eu vir um sem abrigo não me vou queixar que perdi as chaves de casa... é insultuoso.
Se eu falar com um paraplégico não vou dizer que me doí a perna... é insultuoso.
Por isso eu sinto-me insultada com determinadas coisas...
Com consequências? Ora foda-se sim, claro! As nossas histórias tornam-nos naquilo que somos, e eu sou arrogante, intolerante e intransigente com que eu mais amo... porque essas pessoas sabem a minha história... sabem que eu nunca cruzei os braços e têm a petulância de cruzarem os seus perante adversidades tão pequenas comparadas com as minhas... pronto e lá estou eu a ser arrogante.
Sou arrogante, intolerante e intransigente e exerço tudo isso com quem eu mais amo...