De pele tapada

andou um pouco

não olhou, não parou

caiu...

chorou

levantou-se

o sangue corria

doía

doía...

tapou os braços

voltou a andar

gostou e correu

sentiu o vento

caiu...

e sofreu

gemeu com a dor

calou

calou...

levantou-se

tapou as pernas

andou

correu

saltou

sorriu

cantou

sentiu

caiu

caiu

caiu...

luvas

camisolas

blusão

capacete

joelheiras

proteção

proteção...

de pele tapada já nada tocava

de pele tapada já nada magoava...

deixou de sentir

deixou de sorrir

deixou de cantar

deixou de voar

um dia lembrou...

gritou e chorou

olhou lá para fora

deitou tudo fora

andou

correu

saltou

voou...

e a pele já sentia

e a cara sorria

Sexo

 Sexo essa palavra que faz corar os cínicos

Sexo, uma coisa que pode ser encarada com ligeireza

Sexo, uma experiencia que pode ser vivida apenas porque apetece

Sexo… elas coram e dizem com um ar envergonhado “sem amor não!”

Sexo …eles sorriem com um ar malicioso e dizem “é bom!”

Sexo…elas fazem tanta vezes sem amor …

Sexo… eles querem… tentam mas já não conseguem… falta de amor?…

Sexo…elas fazem tantas vezes por amor…

Sexo… porque não apenas isso? Sexo

danço nas memórias

 palavras, frases, sons e memórias dançam no meu pensamento…

como um par em perfeita sintonia

mas também um verdadeiro caos quase impercetível

o meu pensamento perde-se nas memórias tatuadas na minha alma

tristeza…

alívio

calma…

saudade

o foco é em frente… e forço-me

distraída danço nas memórias…