dorme...

sonha!
acorda...

respira
respira

se...
se?
se!!

suposições
transições
definições

olhares sem vida
vidas sem olhares

lombrigas
formigas

perdidas...
perdidas?

gatos

ratos
patos

parvos...
parvos!!

DORME!!
COME!!

fome
some!

dorme...

as pessoas...

pensam que pensam mas não pensam...

a inteligência espanta!
a inteligência espanta?

olham para tudo e não vêem nada...

moram sorrisos e gargalhadas nos que não pensam...

o conforto mental simplesmente porque se desconhece o desconforto mental...

são tudo... mas não são nada...

as pessoas...

divagações no Dia Mundial da Poesia...

Nasci...
não pedi!

Cresci...
não fugi!

e vieram os lobos
loucos.. loucos...
esfolaram-me mas...
não me mataram!

reza! reza! reza!

obedeci...
entresteci...
mas não sucumbi!

Nasci..
não pedi!

Selva... é uma selva!
cuidado
há lobos
há cobras

Cuidado!
se cais choras...

teimosa
teimosa

Não oras?
Não oro!
Não choro!

Há selva?
há flores
há cores

Há lobos
Há cobras
Mas também há amoras...

reza! reza! reza!

Chega!
não presta!

Tanto
Pouco

está tudo louco?

Nasci...

Não pedi!
mas também não fugi...

É URGENTE não cair na tentação...

num mundo onde prolifera a decadência no "ser" é urgente não cair na tentação do contágio de "não ser".

é urgente lembrar

ser grato... com palavras e ações

pedir desculpa... com palavras e ações

ser justo... e ensinar o que é ser justo

não sucumbir à maldade... o caminho mais fácil...

lutar sem medo de perder... porque às vezes perdemos, outras vencemos, a vida (para quem a quer viver) é feita de batalhas... um desertor ficará sempre com a sensação de "e se... teria vencido?"

saber que em 100 pessoas provavelmente só 10 prestam, e sorrir pelo facto de existirem essas 10.... "copo meio cheio"

saber levantar a cada queda... se caímos é só porque não estamos parados

sorrir... chorar... crescer

é urgente não cair na tentação da decadência do "ser"...

Divagações no Pretérito Perfeito...

NASCI 

cresci
sorri
sofri

amei
lutei
chorei
parei

senti
sem ti

vivi
cresci

lutei

esperei...
esperei...

cansei
fechei

morri
SENTI

Portas...

sabia que aquelas portas dificilmente se abriam

já lá tinha entrado
que pessoa privilegiada!

os cheiros
as cores
os sons
a alma que lá habitava...

já lá tinha entrado

entrava
saia
entrava
saia
sempre que lhe apetecia

desprezava a sorte que tinha
e sujava... partia a alma que lá habitava

entrava... 

saia...

sabia que aquelas portas dificilmente se abriam

lá onde habitava a verdade
tremeu...
vibrou...
sorriu..
sentiu...

saiu... e voltou para a sua realidade

onde tudo era vazio...
imperava a mentira e a mediocridade

mas lá era fácil...
bastava estar
não sentia mas sobrevivia
bastava estar...

e permanecia no seu canto
isento de alegria
vegetava e saía.. pouco lá ficava

mas voltava sempre às portas que sempre lhe abriam... as portas da verdade

tanto maltratou a alma que lá vivia, que já nem sentia ou percebia...

que ironia
a empatia?
escolheu a apatia...
sangrou a alma que não merecia

entrava... sujava e não limpava

desprezou a sorte que tinha
silenciou

e a porta fechou

Fraca... não!

o que está a dar é ser fraca... a elas estendem a mão

as fortes são atiradas ao chão sem qualquer tipo de compaixão

coitada é fraca... não consigo dizer que não

toma lá mais uma estalada... tu levantas-te sempre do chão

a fraca embora enganada não sente a solidão... "toma lá a minha mão... estás cansada"

a forte quando esgotada diz "não me pões mais a mão!"...

a injustiça é esmagadora

aguenta! és forte!

mas um dia a história acaba

a fraca continua fraca... sem saber o que é ser grata porque ninguém lhe põe a pata... "coitada ela é fraca! não aguenta levar pancada!"

a forte fica mais forte... e percebe a sorte que tem por ser alguém, sem ajuda de ninguém

só que quem dá a mão ou a estalada, não percebe que castrou a sua vida com a faca... até ao dia que se lembra das graças que teve e chora porque já não tem alma mas jura a todos que tem...

Panem et circenses a aspirina da mediocridade

a preguiça de viver...

uma preguiça envergonhada... mascarada

Panem et Circenses
Panem et Circenses

paz aparente
alegria decadente

Circenses... Circenses...

aspirina recorrente

a alegria passa rapidamente
era isto que queria?... humm que fantasia...

e o tempo passa...

Panem... Panem...

esta fome... tanta fome
fast food rapidamente!
sacia...por pouco tempo sacia

e o tempo passa...

não há espaço para sentir
não há tempo para sentir

Panem et Circenses
Panem et Circenses

e quando se dá conta o tempo acabou

ficou tudo por viver...

Panem et Circenses

que rebanho apático e medíocre!

tenho pena... tenho tanta pena de quem escolhe a aspirina

não se sente...
não se vive...

tenho pena...
tenho tanta pena de quem apenas sobrevive...

eu?
...vivo e sinto

eu?
..."vejo" e saboreio

Panem et Circenses?
não... não obrigada!

O paradoxo do ser..

adequadamente inadaptada

inaptadamente desadequada

desenquadramente enquadrada

enquadradamente desenquadrada

sorrisos felizes

infelizes sorrisos

tanto e nada

nada...

tanto?

fui...

flui... flui simplesmente

o paradoxo de ser....