sexta-feira, agosto 31, 2018

Sou Verdade



Costumo dizer "Sou Verdade"... não digo isto à toa. Sou Verdade mesmo.
A mentira corrói-me a alma e por consequência o corpo.
Não minto, não falo da chamada "mentira piedosa, essa praticamente todos nós praticamos, refiro-me à vida... aos valores... ao carácter... não minto.
Sou bruta e já magoei muito porque não minto.
Não digo amo-te, gosto de ti, adoro-te sem o sentir.
Não abraço sem sentimento.
Não minto... sou verdade.
A mentira corrói-me a alma e o corpo...
O facto de ser verdade não me transforma num ser superior ou melhor que os outros, pelo contrário faz com que seja de certa forma má porque sou egoísta. Prefiro magoar mas ser verdade e isso minoriza-me... ponho o meu bem estar intelectual/emocional em primeiro lugar... e isso torna-me menor.
...mas eu sou verdade e a verdade tem qualidades mas também é cheia de defeitos.

terça-feira, agosto 28, 2018

está viva

Deixo esta foto que tirei um destes dias... as imponentes raízes de uma árvore cortada.
Eu acho que ela ainda tem vida...o que sobra é quase só as raízes... eu acho que ela está viva.
Nós somos assim às vezes... pensamos que já não somos nada, mas... a essência está lá, as raízes da nossa essência sobrevivem... nós somos esta árvore às vezes.
Olho para ela com admiração... contemplação e crença.
Para mim está viva.

quinta-feira, agosto 23, 2018

Aparentemente imperceptível



percorre uma estrada de terra batida e "vê"... "a flor" de um tamanho de uma moeda de 1 cêntimo, perdida entre ervas secas e outras verdes... aparentemente imperceptível para quem não "vê" e se limita a olhar... aparentemente imperceptível porém bela, viva e com alma, tal qual os sem abrigo que não se limita a alimentar... conversa com eles e provoca sorrisos... sim, sabe que mais do que fome eles sentem-se invisíveis...imperceptíveis... mas não são, são vivos, belos e com história...
aparentemente imperceptível para quem não "vê"...

sábado, agosto 18, 2018

Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

As metáforas e as analogias são utilizadas em vários estilos literários desde sempre.

"O amor é fogo que arde sem se ver", um bom exemplo de uma metáfora utilizada por Camões, todos sabem que o amor não é fogo, o amor é uma coisa abstrata... um sentimento, e todos sabem também que quando o fogo arde vê-se... uma metáfora utilizada para tornar enfática a descrição do "amor".

Tantas outras metáforas conhecidas que eu podia exemplificar.

Digo há muitos anos que o poema que me define é o "Cântico Negro" do José Régio... um poema cheio de metáforas, uma delas "Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo", com toda a certeza que José Régio não acreditava que Deus e o Diabo tivessem copulado e disso resultasse um filho... é uma metáfora que significa apenas "tenho grandes qualidades e grandes defeitos", essa é apenas uma das metáforas do poema que me define.

Partirem do pressuposto que sou "filha do Diabo"... uma espécie de demoniozinho que vaga por aqui... é simplesmente burrice.

É importante saber ler, é importante saber que existem metáforas e analogias... é importante aprofundar o conhecimento de um tema antes de se ajuizar estupidamente.

Eu gosto de metáforas e analogias e utilizo-as bastante na minha escrita.

Digo que sou papoila... mas não é para levar à letra, sou de carne e osso e até tenho coração, rins... essas coisas comuns nas pessoas.

A papoila é sensível e ao mesmo tempo resistente.
A papoila não pode ser arrancada da terra e posta numa jarra ou num vaso... morre se a retirarem da terra.
A papoila é bonita pela sua simplicidade.

É importante saber ler. 

segunda-feira, agosto 13, 2018

A palavra mágica

Quando os meus filhos (digo filhos porque considero a Laura e o Kiko meus filhos...amo-os...são meus filhos também) eram crianças eu "alimentava" a magia na vida deles de diversas formas.
Uma delas era dar nomes diferentes aos pratos que cozinhava... massinha mágica...carne misteriosa...nada era convencional.
Eles questionavam sempre como eu conseguia...qual era o segredo da Princesa da Terra Mágica?
A minha resposta era sempre a mesma "quando cozinho penso na palavra mágica!"... eles obviamente queriam saber qual era.
Disse-lhes sempre "só posso revelar quando cresceram porque a palavra é poderosa e vocês rebentam...ainda não estão preparados".... e fui adiando...adiando e adiando a revelação da palavra.
Escrevi um postal quando a minha filha fez 18 anos...uma espécie de ode à pessoa e às qualidades mais relevantes dela...finalizei com a revelação da palavra mágica.... "Amor"...não rebentou, emocionou-se e as lágrimas correram-lhe pela face... de todas as prendas que lhe dei nesse dia essa foi a que mais lhe "tocou"
Mais tarde fiz o mesmo à Laura e ao Kiko, cada postal com uma mensagem diferente mas com o mesmo final... a revelação da palavra mágica....Amor... não rebentaram... tal qual como a Maria não contiveram as lágrimas....
Amor... essa palavra tão poderosa que tem efeitos diferentes em pessoas diferentes....
Os meus filhos não rebentaram...
mas a palavra é demasiado poderosa e há quem rebente...
o arrumadinho de forma milimétrica chama-lhe carne à bolonhesa... come e vive de forma "arrumada"... e quando tem conhecimento e sente a palavra, "rebenta" e não sabe o que fazer... e sente dor.
o que conhece o arco-íris chama-lhe "carninha misteriosa"... come, saboreia e vive sem medo do futuro... desarrumado às vezes, outras arrumado sempre inesperado... mas vive não sobrevive...
A palavra mágica é poderosa... de tal forma que tem o poder de rebentar uma pessoa despreparada...
Revelar a palavra mágica... mostrar o poder dessa palavra é uma enorme responsabilidade... Amor... há quem ouça Dor.
A palavra mágica existe...
Os meus filhos não rebentaram e vão espalhar a palavra...
A palavra mágica existe...